quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Página 13 de fevereiro-março de 2016

http://www.pagina13.org.br/pagina-13-2/saiu-a-nova-edicao-do-pagina-13/#.Vs3ttfkrLIU

Editorial

A direita dobra a aposta. Façamos o mesmo!

O centro da tática continua sendo derrotar a contraofensiva conservadora.

Esta contraofensiva conservadora possui diversos protagonistas e métodos, mas propósitos estratégicos comuns: a)realinhar o Brasil aos EUA, afastando-nos dos BRICS e da integração regional; b)reduzir o salário e a renda dos setores populares, diminuindo as verbas das políticas sociais, alterando a legislação trabalhista, reduzindo direitos, não reajustando salários e pensões, provocando desemprego e arrocho; c)diminuir o acesso do povo às liberdades democráticas, criminalizando a política, os movimentos sociais e os partidos de esquerda, partidarizando a justiça, ampliando o terrorismo policial-militar especialmente contra os pobres, moradores de periferia e negros, subordinando o Estado laico ao fundamentalismo religioso, agredindo os direitos das mulheres, dos setores populares, dos indígenas.

Para derrotar a contraofensiva conservadora, o PT precisa mudar de estratégia e o governo precisa mudar de política. Especialmente, mas não apenas, mudar a política econômica.

Até o momento em que redigimos este editorial, a opção da presidenta Dilma vem sendo outra. Para citar o texto de Alexandre Fortes sobre o Arquivo Nacional (ver páginas 26 e 27), o que a

Presidenta está fazendo “talvez possa ser resumida pela clássica frase do jogador João Pinto, do Benfica: ‘O time estava à beira do abismo, mas tomou a decisão correta e deu um passo à frente’…”

Ou seja, frente a um ataque da direita, a presidenta foi defendida pela esquerda, mas as medidas apontadas como necessárias para superar a crise adotam o receituário da direita e prejudicam a esquerda, a classe trabalhadora, o povo.

A prioridade, em nossa opinião, deveria ser outra: reduzir os juros, investir bilhões na produção, no desenvolvimento, nas políticas sociais, na geração de emprego e renda. Ou seja, dobrar a aposta que fizemos diante da crise de 2007-2008. E nunca, nunca, fazer uma reforma da previdência que prejudica o povo e vender na bacia das almas o patrimônio nacional.

Enquanto o governo capitula ao programa da direita, a direita, o oligopólio da mídia e o grande capital continuam acenando com o impeachment. Mas o bombardeio principal agora é contra Lula e o PT.

A contraofensiva da direita faz parte de um processo sistêmico, que tem relação com a crise internacional e seus efeitos na região (vide Bolívia), tem relação com o fato da direita ter aprendido com nossas vitórias e tem relação com as debilidades, deficiências e erros da própria esquerda e de nossos governos. Se a direita tiver êxito, isto resultará em muitos anos de hegemonia conservadora. É preciso derrotar a direita. Até porque, se não os enfrentarmos e derrotarmos, o preço será muito alto e será pago pela classe trabalhadora de agora e das futuras gerações.

Por isto, furar pixulecos é um aperitivo.

Os editores

http://www.pagina13.org.br/pagina-13-2/saiu-a-nova-edicao-do-pagina-13/#.Vs3ttfkrLIU

3 comentários:

  1. A Sopa continua a mesma..... Estou acreditando que o PT ficou completamente cego...... Tá na cara que a Dlma e seu entourage (petista) joga em outro time..... O golpe está sendo dado por dentro..... Cardozo é o Ustra....e Mercadante ..... O alvo é o PT e seu legado popular...... Espero que alguém acorde pois e esse o objetivo maior....Inviabilizar o PT e seu legado.... se não for antes será em 2018

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    1. Concordo. O fogo vem de dentro. "Fogo amigo"

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  2. O PT vai perder por WO?

    POR FERNANDO BRITO ·

    A esta altura, o mais tolo “republicano de taubaté” deveria estar vendo que o roteiro da tomada do poder segue sua marcha inexorável.

    Se Dilma não pode ser incriminada por qualquer benesse recebida, que o seja pelos negócios de seu marqueteiro.

    Se Lula não tem milhões, que seja corrupto pelos pedalinhos, pelo puxadinho, pela churrasqueira ou pela canoa de lata.

    O país é varrido por uma onda de moralismo que, junto com a falcatruas reais, que já deixaram de ser importantes, arrasta tudo de roldão, com um juiz e suas matilhas de policiais e promotores, que tem jurisdição sobre tudo e sobre todos, em qualquer assunto e em qualquer parte do país.

    E uma “tropa de reserva” de juízes e promotores que, deuses que se acham, estão dispostos a investigar até o cesto de roupa suja do ex-presidente.

    O Judiciário, como um todo, vive uma Síndrome de Estocolmo: está sequestrado pela mídia e apaixonou-se por ela.



    Viu-se elevado à condição que sempre desejou: a condição de deus ex machina, usurpando o poder de ser a solução dos problemas brasileiros, criados por estes abjetos e corrompidos portadores do voto e praticantes da política.

    Cessará a corrupção nas estatais, todas serão destruídas.

    As grandes empreiteiras, corruptas (fico espantado pela descoberta!) também, serão igualmente aniquiladas, pouco importando se é dos raros setores econômicos onde o país se projeta no exterior.

    A indústria de defesa – esta monstruosidade perdulária – vai ser aniquilada, por inútil: defender o que, se devemos entregar tudo?

    Tudo, apesar de abjeto, tem a sua lógica perversa.

    A sede de poder , à qual a democracia impõe um sistema de freios e contrapesos, é tão velha quanto as sociedades humanas.

    O que não tem lógica é que Lula, Dilma, o governo e o PT continuem, bois mansos, seguindo para o matadouro.

    Acreditando, como os pobres judeus nos campos nazistas, que aqueles chuveiros são para um banho, uma faxina, não para lhes sufocar em Zyclon-B.

    As concessões, absolutamente necessárias à política, não podem jamais ter o poder de destruir nossas almas, nossa dignidade, nossa missão e compromissos com o povo brasileiro.

    Se nos levam a isso, é questão de tempo – e não muito – até que destruam a nós próprios.

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