Texto escrito no final do ano de 2003, em resposta a matéria publicada no jornal Correio Popular, que circula em Campinas (SP).
O jornal Correio Popular desencadeou mais uma campanha contra o governo democrático e popular. Desta vez, o alvo é a Secretaria Municipal de Cultura, Esportes e Turismo. Até o momento, a ofensiva incluiu:
a)a capa do caderno de cultura;
b)duas matérias no primeiro caderno;
c)duas chamadas de capa;
d)várias notas na coluna Xeque-Mate;
e)um editorial;
f)uma carta publicada na seção do leitor;
b)duas matérias no primeiro caderno;
c)duas chamadas de capa;
d)várias notas na coluna Xeque-Mate;
e)um editorial;
f)uma carta publicada na seção do leitor;
Como noutras campanhas, o jornal constrói uma "tese" e publica seguidas matérias para provar esta tese. No momento, a "tese" é que a Secretaria de Cultura não possui uma política voltada a atender as camadas populares.
A "prova" disto seria o "descaso" com as Casas de Cultura. A "contra-prova" seria a ênfase na Estação Cultura. O "corolário" da tese seria a contratação de "assessores" no lugar dos agentes culturais.
A tese do Correio Popular está totalmente equivocada.
O governo democrático e popular investe mais em cultura do que governos anteriores; e investe mais nas camadas populares, do que governos anteriores. Naturalmente, a situação poderia ser bem melhor se --durante os anos 90-- a administração municipal tivesse investido na descentralização da cultura em Campinas.
Como isso não aconteceu, o governo democrático e popular desenvolve um esforço brutal para fazer 12 anos em 4. Por óbvio, a situação não é a que gostaríamos. Se dependesse da vontade do governo democrático e popular, a cultura teria mais recursos. E a periferia receberia mais atividades.
Por isso mesmo, consideramos bem-vindas as iniciativas populares, os protestos, as reclamações, a luta por mais atividades culturais na periferia. Apoiamos, também, as iniciativas --vindas do governo federal-- no sentido de construir um "sistema único nacional de cultura", uma maneira de garantir que a cultura seja de fato um direito de todos/as.
O que não apoiamos, o que não respeitamos, o que não levamos a sério, é a hipócrita postura do Correio Popular, que tenta se apresentar como porta-voz das necessidades populares.
A "prova" com que o Correio tenta sustentar sua tese não corresponde aos fatos.
A Secretaria Municipal de Cultura, Esportes e Turismo gerencia o complexo da Estação Cultura, 5 teatros e auditórios (Centro de Convivência, Teatro Castro Mendes, Teatro Carlito Maia, Teatro da Vila Padre Anchieta e a Concha Acústica), a Pedreira do Chapadão, 26 praças de esportes, 10 museus, 4 bibliotecas, 6 galerias de artes, 5 casas de cultura e 1 feira de artes, artesanatos e antiguidades.
Além disso, estão sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Cultura, Esportes e Turismo: a Orquestra Sinfônica Municipal, a Rádio Educativa, o Posto de Informação Turística, o Espaço Permanente de Artesanato, o Departamento de Turismo, a Coordenadoria de Patrimônio (órgão técnico que acompanha o trabalho do Condepacc), a Coordenadoria de Comunicação e a coordenação do Projeto Centro.
Finalmente, damos apoio --através de convênios, compartilhamento de espaços e equipamentos-- para a Casa Tainá, para o Centro Cultural Evolução e para outros equipamentos comunitários e privados.
Na atual gestão, todos estes equipamentos e instituições têm desenvolvido atividades voltadas para as camadas populares.
Um exemplo disto é a Orquestra Sinfônica Municipal, que no ano de 2003 --além de reduzir o preço dos ingressos-- realizou 10 concertos didáticos, voltados principalmente para alunos de escolas públicas, atingindo um total de 4.610 crianças.
A Orquestra realizou, também, oito concertos gratuitos em diferentes regiões da cidade, atingindo cerca de 6 mil pessoas, em igrejas do Taquaral (AR3) e Proença (AR 10); em escolas da Vila Boa Vista e Sousas; no Ginásio da Unicamp, no Bosque do Parque Valença (AR 13), no Teatro da Vila Padre Anchieta (Nova Aparecida) e no Teatro Castro Mendes.
Ademais, as praças de esportes têm sido utilizadas para o desenvolvimento de atividades culturais e de lazer, através do programa "Lazer de corpo & arte". O mesmo tem ocorrido nas escolas públicas municipais.
O governo democrático e popular também tem apoiado a ampliação e descentralização de equipamentos. Por decisão do Orçamento Participativo, estão sendo construídos 13 novos centros de esporte, cultura e lazer. Também por decisão do OP, foi destinada uma verba superior a 1 milhão de reais, para apoiar oficinas e grupos artísticos.
Além disso, foram criadas: a Casa de Cultura e Cidadania de Sousas; a Casa do Hip-Hop; a Casa de Cultura Tear das Artes (de iniciativa da Secretaria Municipal de Saúde); a nova sede da Escola Municipal de Cultura e Arte; a Estação Cultura etc.
Isto está longe de ser suficiente, uma vez que áreas inteiras da cidade não possuem um único equipamento de esporte e cultura. Para estas áreas, o governo --através de várias secretarias, coordenadorias, autarquias e empresas municipais-- têm oferecido ações pontuais ou continuadas, por exemplo através de oficinas, shows, projetos como o Alma, o Cinema na Praça (desenvolvido pela Setec), o Ruaminha (desenvolvido pela Zeladoria do Centro) etc.
Portanto, não é possível medir o compromisso do governo com as camadas populares e/ou medir a política de descentralização de cultura deste governo, pelo suposto estado de quatro equipamentos da Secretaria de cultura, esportes e turismo.
Mas qual é, afinal, a situação das Casas de Cultura que o Correio considera abandonadas?
Um relatório detalhado sobre as medidas necessárias nas Casas foi elaborado, em fevereiro de 2003 (ver anexo). Com base neste e noutros relatórios semelhantes, defendemos e conseguimos a aprovação, pelo Orçamento Participativo, de verbas para manutenção de todos os equipamentos da Secretaria da Cultura, entre eles as casas de cultura. A prioridade é, entretanto, o conserto de vazamentos hidráulicos, que vêm causando um consumo muito alto de água em vários prédios; e os telhados.
Vejamos o caso do Centro de Convivência Cultural da Vila Padre Anchieta: problemas existem, a começar pelo telhado que tem problemas estruturais que não são de agora, mas de sua própria origem. Trata-se de um telhado curvo, com telhas inadequadas, que precisa e vai ser reformado, mas dentro de uma escala de prioridades.
A existência desses problemas, entretanto, não tem impedido a realização de uma intensa programação, como se pode ver pelo relatório abaixo:
A existência desses problemas, entretanto, não tem impedido a realização de uma intensa programação, como se pode ver pelo relatório abaixo:
Atividades do Centro de Convivência Cultural da Vila Padre Anchieta 2003
Janeiro
06 a 31 – Oficinas de Montagem de adereços e fantasias da GRES Leões da Vila Padre Anchieta;
10 a 12 – Desafio Jovem, encontro da entidade evangélica de recuperação de drogados;
15 a 31 – Oficina de Leitura de textos do Padre José de Anchieta, quatro horas por semana;
Fevereiro
1. a 27 - Oficinas de Montagem de adereços e fantasias da GRES Leões da Vila Padre Anchieta;
25 – Reunião de Equipes do Posto de Saúde;
1 a 28 - Oficina de Leitura de textos do Padre José de Anchieta, quatro horas por semana;
Março
04 – Desfile das Escolas de Samba Estrela D”Alva e da GRES Leões da Vila Padre Anchieta, pelas ruas do Distrito de Nova Aparecida, chegada no Teatro;
17 – Peça de Teatro – Homenagem ao Dia Internacional da Mulher, Grupo Acadec;
21 – Reunião da Sub-Prefeitura com moradores do Distrito para tratar de Políticas Habitacionais;
26 e 28 – Ensaios do Grupo de Dança Promegte;
27 – Comemoração do Dia Internacional do Teatro com apresentações de teatro e dança;
27 – Reunião do Fórum de Representantes do Orçamento Participativo;
30 – Ensaio do Grupo de Dança da Academia Art Center;
Abril
06 – Ensaio do Grupo de Dança da Academia Art Center;
08 – Reunião das Equipes do Posto de Saúde e Pré-Conferência sobre Meio Ambiente realizada pela Sub-Prefeitura do Distrito;
09 e 10 – Ensaio da Cia. Época de Teatro;
11 – Reunião sobre Políticas de Meio Ambiente, Sub-Prefeitura do Distrito;
12 – Reunião do Fórum de Representantes do Orçamento Participativo;
15 – Assembléia do Orçamento Participativo;
16 e 17 – Ensaio da Cia. Época de Teatro;
26 – Apresentação de Música e Teatro, Grupo de Jovens da Igreja N. S. Aparecida;
27 – Peça de Teatro Infantil “A Formiguinha Fofoqueira” (Grupo Savuru);
28 – Reunião de Treinamento de Agentes de Saúde;
Maio
02 – Festival de Dança da E. E. Prof. Messias Gonçalves Teixeira;
04 - Peça de Teatro Infantil “A Formiguinha Fofoqueira”, Grupo Savuru;
07 – Ensaio do Grupo Mundi (teatro);
08 – Assembléia sobre Meio Ambiente, Sub-Prefeitura;
08 a 24 – Exposição de Fotografias “Êxodos”, de Sebastião Salgado;
09 a 20 – Quinzena com Arte, programação diária de teatro, dança, música e circo;
23 a 25 – Festival de Peças Curtas da FECAMTA;
Junho
02 – Palestra sobre Habitação, Conselho Municipal de Habitação;
03 – Ensaio Grupo Mundi (teatro);
04 e 05 – Ensaio do Grupo Época;
07 e 13 – Peça Teatral “Os Miseráveis”, Bando Teatral Arte Viva;
11 e 17 – Reunião do Fórum de Representantes do Orçamento Participativo;
15 – Peça Teatral “Arca de Noé” , Grupo Atlanta;
23 – Reunião do Projeto A.L.M.A. com entidades do Distrito;
25 - Ensaio do Show “Novos Talentos”;
26 – Show “Novos Talentos”, referenciando o Dia da Diversidade Sexual;
30 – Reunião da Temática Habitação do Orçamento Participativo;
Julho
1o. – Reunião do Projeto A. L.M.A. ;
03 – Reunião de Organização da Festa Brasileira;
06 – Apresentação da Orquestra Filarmônica de Campinas e do Coral da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp;
08 - Reunião da Temática Assistência Social do Orçamento Participativo;
11 – Formatura do Supletivo da E. E. Miguel Vicente Cury;
12 a 24 – Mostra de Teatro Amador da FECAMTA (15 peças apresentadas);
25 a 28 – Ensaios do Grupo Atlanta (teatro);
29 e 30 – Peça Teatral “Arca de Noé”, Grupo Atlanta;
Agosto
02 – Apresentação da Orquestra Sinfônica de Campinas;
09 – Pré-Conferência de Assistência Social, Secretaria de Ação Social;
09 e 10 – Peça Teatral “Círculo de Giz Caucasiano”, de Bertold Brecht, Turma Zero Zero;
10 – Feijoada da G.R.E.S. Leões da Vila Padre Anchieta;
15 – Peça Teatral “Os Miseráveis”, Bando Teatral Arte Viva;
16 – Oficina “Revivendo o Feminino”, Coordenadoria da Mulher;
21 e 22 – Apresentação de “Bumba meu Boi”, em comemoração do Dia do Folclore, Grupo Savuru;
23 e 30 – Oficina da Coordenadoria da Mulher, “Quebrando o Silêncio”;
24 – Assembléia da FECAMTA;
29 – Reunião preparatória da Festa Brasileira, com as entidades do Distrito;
31 – Peça Teatral “O Morto Vivo”, Grupo Matuz;
Setembro
1 a 05 – Ciclo de Cinema e História – O Brasil e a Independência;
06 – Peça Teatral “O homem e o Cavaleiro do Apocalipse”, Grupo Matuz;
05 a 28 – Festa Brasileira (fora do Teatro, dias 05, 06, 07, 11, 12, 13, 14, 18, 19, 20, 21, 25, 26, 27 e 28), envolvendo boa parte dos grupos que atuam no teatro;
28 – Plenária do Congresso da Cidade;
30 – Espetáculo do Grupo Resgatando o Circo (duas apresentações);
Outubro
03 – Peça Teatral “O Cadeado e a Maçã”, Grupo Tearte;
04 – Peça Teatral Infantil “A Aventura do Videoboy”, Grupo ECO;
08 – Vivência Cultural com as crianças dos Núcleos da Ação Social da região com apresentação de peças de teatro;
09 – Peça Teatral “A Turma do Foguinho”, EMEI Padre Anchieta;
10 – Peças Teatrais “Q Cigarra”, Grupo Último Tipo”, e “A Lenda dos Bruxos”, Grupo Ziembinsky, para a E. E. Marcelino Vélez;
13 – Reunião da Sub-Prefeitura com as entidades do Distrito;
18 – Peça Teatral “Lobo Mau e os Três Porquinhos”, Grupo Savuru;
20 a 26 – Evento de Dança “ Corpo, Arte & Movimento”;
30 – Ensaio da Formatura da EMEI Padre Anchieta;
Novembro
1o. – Peça Teatral “Lobo Mau e os Três Porquinhos”, Grupo Savuru;
02 – Apresentação do Projeto “Dança e Cidadania”, Centro Promocional Tia Ileide;
07 e 08 – Mostra de Teatro Evangélico, com apresentações de teatro, dança e música gospel;
10 a 30 – Exposição Histórica sobre a Escravidão, do Arquivo Edgard Leuenroth;
15 – Peça Teatral “Lobo Mau e os Três Porquinhos”, Grupo Savuru;
16 a 21 – Semana da Consciência Negra, com programação diária de música, dança, cinema e teatro;
23 a 28 – Festival de Teatro Amador da FECAMTA;
Com as apresentações de novembro, ultrapassaremos o número de 50 peças teatrais apresentadas no teatro, sendo um espaço que os grupos amadores e semi-profissionais se apropriaram para desenvolver seus trabalhos.
O teatro é também apropriado pelos grupos de dança da região, sendo disputado seu uso enquanto espaço de formação dos grupos. As escolas da região o utilizam como espaço para comemoração de formaturas e como lugar de desenvolvimento de atividades extra classe.
O Centro de Convivência Cultural da Vila Padre Anchieta desenvolve e/ou sedia, também, oficinas de domingo a domingo, que atendem semanalmente cerca de 500 pessoas.
Há oficinas de dança regional (dois grupos, um deles para iniciantes), capoeira, teatro popular, teatro para a Terceira Idade, jazz, dança de rua, artes circenses (também dois grupos, um deles para iniciantes) e o chamado "Um Corpo Só", de jazz e balé.
Além das oficinas, há atividades de ginástica localizada, ginástica para Terceira Idade e ginástica Lian Gong (por um grupo da Secretaria da Saúde), festivais de dança e de teatro, mostras de teatro, e agora está sendo desenvolvida lá a Semana da Consciência Negra, que vai até o dia 21, com uma vasta programação, que inclui exposição, palestras, dança, teatro, cinema e uma caminhada cultural.
O jornal Correio Popular fala de falta de segurança e cita as pichações, como se ocorressem apenas na Vila Anchieta, por descaso da Secretaria.
Ocorre que há segurança à noite, feita por dois homens. Quanto as pichações, não se trata apenas de uma questão de policiamento, tanto que lugares altamente vigiados, não só em Campinas, mas também fora daqui, são alvo de pichações.
Ocorre que há segurança à noite, feita por dois homens. Quanto as pichações, não se trata apenas de uma questão de policiamento, tanto que lugares altamente vigiados, não só em Campinas, mas também fora daqui, são alvo de pichações.
O que está sendo feito é um trabalho de conscientização dos jovens e da comunidade, de preservação do seu próprio patrimônio e de transformação de um protesto predatório em manifestação cultural.
Jovens que são pichadores hoje podem ser grafiteiros amanhã, ou mesmo partirem para outras manifestações artísticas.
No caso da Casa de Cultura e Cidadania de Souzas, o jornal Correio Popular deu enorme destaque para as críticas do artista plástico Marcus César Hüsemann, que retirou uma exposição daquela Casa.
Parte das críticas do artista procedem e já foram objeto de um pedido de desculpas nosso, feito ao artista. Mas as críticas do jornal não procedem.
Parte das críticas do artista procedem e já foram objeto de um pedido de desculpas nosso, feito ao artista. Mas as críticas do jornal não procedem.
A Casa da Cultura de Sousas, fundada em 2002, funciona numa construção histórica e tem os funcionários necessários para seu funcionamento. Nas cheias provocadas pelas chuvas de fevereiro deste
ano, foi praticamente destruída, mas logo em seguida reformada e colocada em condições de funcionamento.
ano, foi praticamente destruída, mas logo em seguida reformada e colocada em condições de funcionamento.
Mas, como outras casas de cultura da Smcet, ela é adequada para abrigar exposições populares, mais modestas que as de Hüsemann, grandes obras em metal, avaliadas em R$ 2 mil ou mais cada peça. Portanto, o que houve foi um erro de agendamento, não um problema estrutural.
Das quatro casas citadas, as mais modestas são as casas de cultura Itajaí II (que oferece biblioteca, oficinas de pintura, boneca e artesanato) e a Casa de Cultura Andorinhas (que oferece uma biblioteca).
Tratam-se de duas casas mais antigas, oriundas do esforço de descentralização iniciado no primeiro governo democrático e popular de Campinas.
Mesmo assim, não é fato que as casas estejam abandonadas. Cada uma delas possui dois servidores públicos; fazem parte da programação de manutenção periódica; e oferecem atividades para a população.
Vejamos agora a "contra-prova" sustentada pelo Correio Popular, segundo a qual o governo só dá atenção para a Estação Cultura.
Em primeiro lugar, lembramos que uma das demandas da cidade como um todo é a revitalização e a requalificação da área central. Esta demanda vem sendo enfrentada através do "Projeto Centro", coordenado pela Secretaria de Cultura, Esportes e Turismo.
O Projeto Centro inclui um conjunto de ações, entre as quais a transferência, para o município, das propriedades da Rede Ferroviária Federal; e a implantação, no antigo complexo fepasa, de um centro de ações culturais, educacionais, turísticas e de lazer.
Assim, a Estação Cultura é um projeto de governo, de interesse de toda a cidade. E de interesse das camadas populares, pois como todos sabemos uma das marcas da Estação é possibilitar o acesso franco a todas as suas atividades.
Basta dizer que a Estação realizou, de agosto de 2002 a julho de 2003, 94 apresentações musicais, atingindo um público de 36 mil pessoas; 336 debates, palestras e reuniões, com público de 33 mil pessoas. Infelizmente, poucos articulistas do Correio têm visitado a Estação. Se o fizessem, perceberiam o quão eclético e predominantemente popular é nosso público.
O sucesso da Estação Cultura não impede, entretanto, o investimento na ação cultural, que de janeiro a outubro de 2003 promoveu 140 eventos nas 18 administrações regionais e sub-prefeituras, atingindo mais de 60 mil pessoas.
Isso nos remete para o corolário da tese do Correio: a crítica que eles fazem aos nossos agentes culturais.
Segundo o Correio, a "Secretaria da Cultura não contratou agentes culturais aprovados em concursos para colocar assessores contratados sem concurso para exercer essa função (...) Para que nada houvesse que impedisse a contratação dos "companheiros" no lugar dos concursados, em 3 de julho passado, vários concursos da Prefeitura tiveram o prazo de validade prorrogado por mais um ano, com exceção, claro, do de agente cultural, já que as vagas que deveriam ser dos concursados,pelo jeito, foram todas ocupadas pelos "companheiros".
A verdade é outra: no início da gestão atual, havia na Coordenadoria de Ação Cultura apenas 2 (dois!!!)agentes culturais e hoje há 17 (dezessete), um para cada Administração Regional, com exceção de Souzas e Joaquim Egídio, que são atendidos por uma única agente cultural.
Para conseguir esta cobertura, a SMECT preencheu todas as vagas possíveis com concursados, no concurso mais recente, cuja validade ia de julho de 2002 a 2003.
As oito vagas de agente cultural existentes foram preenchidas assim:
a)Ronaldo Simões, Isabel Pagano e Juliana Maria de Siqueira foram contratados ainda em 2002;
b)Fabíola Rodrigues, Gustavo B. Machado, Marcela Bonetti e Rita de Cássia Francisco foram contratados em janeiro de 2003;
As oito vagas de agente cultural existentes foram preenchidas assim:
a)Ronaldo Simões, Isabel Pagano e Juliana Maria de Siqueira foram contratados ainda em 2002;
b)Fabíola Rodrigues, Gustavo B. Machado, Marcela Bonetti e Rita de Cássia Francisco foram contratados em janeiro de 2003;
c)Renata G. Carreiro foi chamada em março de 2003.
O prazo do concurso não foi prorrogado porque todas as vagas de agente cultural haviam sido preenchidas.
Diante disto, a solução para estender o atendimento da SMCET à população de todas as regiões do município foi comissionar pessoal reconhecidamente qualificado, até que se abram novas vagas, a serem preenchidas por concurso. A abertura de novas vagas só deverá ocorrer depois da aprovação do novo Plano de Cargos.
Abaixo, uma relação parcial dos profissionais comissionados:
- Paula Cristina da Silva (Paulete), bacharel em Recreação e Lazer pela Unicamp, formada em 1995 (trabalho de conclusão de curso: "Processo de Reciclagem dos Animadores Sócio Culturais em Projetos de Ação Comunitária"), mestranda há um ano pelo Instituto de Lazer da Faculdade de Educação Física da Unicamp, começou a trabalhar na área em 1992, como recreacionista de hotéis, e desde 1995 está ligada a trabalhos comunitários.
- José Antônio da Silva (Tulé), mestre de capoeira há 25 anos em Campinas, trabalhou como voluntário durante 10 anos no Jardim São José. Foi professor convidado da Unicamp (curso de extensão de Capoeira, no Instituto de Artes Corporais da Unicamp) e está cursando Educação Física.
- Marco Aurélio V. Alberte (Coré), é formado em Dança pela Unicamp, faz parte do Grupo de Danças Balangandãs, trabalha com técnicas circenses e tem mais de 15 anos de experiência.
- Marta Lima Jardim é formada em Educação Física pela Unicamp, tendo feito bacharelado e licenciatura em Treinamento Esportivo. Trabalha há mais de dez anos com capoeira, é percusionista, ministra oficina e mantém o grupo de percussão Batuquiá, na Estação Cultura.
- Raul Assis da Rocha Passos é militante de causas ambientalistas e está à frente do projeto Arte, Lixo e Meio Ambiente, que tem feito trabalhos de importância reconhecida na SMCET.
- José Luís dos Santos é militante do Hip Hop, faz parte de um grupo de rap e é integrante do Conselho do Hip Hop;
- Lúcia Helena de B. Guimarães (Ló), formada em dança pela Unicamp em 1995, faz parte do grupo Excaravelhas, ministra oficina de danças e faz montagem de espetáculos.
- Paula Cristina da Silva (Paulete), bacharel em Recreação e Lazer pela Unicamp, formada em 1995 (trabalho de conclusão de curso: "Processo de Reciclagem dos Animadores Sócio Culturais em Projetos de Ação Comunitária"), mestranda há um ano pelo Instituto de Lazer da Faculdade de Educação Física da Unicamp, começou a trabalhar na área em 1992, como recreacionista de hotéis, e desde 1995 está ligada a trabalhos comunitários.
- José Antônio da Silva (Tulé), mestre de capoeira há 25 anos em Campinas, trabalhou como voluntário durante 10 anos no Jardim São José. Foi professor convidado da Unicamp (curso de extensão de Capoeira, no Instituto de Artes Corporais da Unicamp) e está cursando Educação Física.
- Marco Aurélio V. Alberte (Coré), é formado em Dança pela Unicamp, faz parte do Grupo de Danças Balangandãs, trabalha com técnicas circenses e tem mais de 15 anos de experiência.
- Marta Lima Jardim é formada em Educação Física pela Unicamp, tendo feito bacharelado e licenciatura em Treinamento Esportivo. Trabalha há mais de dez anos com capoeira, é percusionista, ministra oficina e mantém o grupo de percussão Batuquiá, na Estação Cultura.
- Raul Assis da Rocha Passos é militante de causas ambientalistas e está à frente do projeto Arte, Lixo e Meio Ambiente, que tem feito trabalhos de importância reconhecida na SMCET.
- José Luís dos Santos é militante do Hip Hop, faz parte de um grupo de rap e é integrante do Conselho do Hip Hop;
- Lúcia Helena de B. Guimarães (Ló), formada em dança pela Unicamp em 1995, faz parte do grupo Excaravelhas, ministra oficina de danças e faz montagem de espetáculos.
Como se pode constatar, os "assessores que fazem vezes (sic) de agente cultural na Secretaria da Cultura" são pessoas qualificadas para o trabalho que exercem e o fato de serem "assessores" não os desqualifica.
É claro que para o Correio Popular, deve ser estranho que os "assessores" do governo democrático e popular trabalhem, estejam na ponta, estejam na periferia.
Na atual campanha, o Correio Popular ressuscitou, ainda, a tese segundo a qual a Secretaria de Cultura relegou "a um plano inferior exposições de artistas campineiros". Tema que serve de introdução para falar --de maneira pejorativa-- da mostra "A arte da revolução".
Ao contrário do que diz o Correio, a grande maioria das exposições promovidas pela Smcet privilegia artistas nascidos e/ou residentes em Campinas.
Por exemplo: o MACC prepara-se para abrir suas duas últimas exposições do ano.
A primeira, no próximo dia 29 de novembro, com o artista campineiro Francisco Biojone. A exposição que recebe o título de Oceano é a quarta edição do projeto Artistas de Sempre, um projeto criado para homenagear os fundadores do museu em 1965 e que busca trazer à luz a produção dos últimos anos de artistas renomados como Mário Bueno (exposição Crônicas, Notícias e Celebração de maio de 2002); Egas Francisco (exposição A solidão e o Grito de outubro de 2002) e Thomaz Perina (as exposições No silêncio da paisagem e A vila, ambas em março de 2003).
A outra mostra trará, em 06 de dezembro, obras doadas por artistas de Campinas e região em parceria com a OSMC, dentro do projeto denominado Diálogos: música & visuais. Artistas consagrados como Fulvia Gonçalves, Rosa Morena, Lúcia Fonseca, Nilsa Volpato, Pama Loilola dividem espaço com novos talentos como Beth Schneider, Dayene Mari, Carolina Gobbi, Rogério Mourtada, Danilo Perillo, Alice Grou, Carusto Camargo e Carolina Engler, entre fotografia, escultura, gravura, pintura, desenho e colagem.
As duas exposições mostram a disposição do museu, nesses últimos anos, em transitar entre a produção local e àquela que se apresenta em Campinas vinda de diferentes regiões. No primeiro grupo, muito mais numeroso que o segundo, temos artistas como a campineira Sylvia Furegatti, que neste ano brindou a cidade com a intervenção urbana artística Amálgamas, movimentando uma equipe de 42 voluntários. Outra artista que merece destaque a, também campineira, pintora Vânia Mignone, que em 2001, antecipou para Campinas, no MACC, as obras que freqüentaram a última Bienal Internacional de São Paulo.
Nas mostras coletivas, o MACC tem optado em privilegiar sua natureza: mostrar arte contemporânea. Para tanto, o museu convidou, nos últimos anos, artistas que trabalham em Campinas há anos e que vêem desenvolvendo experiências com as novas linguagens plásticas e visuais. Simultaneamente, o MACC acolheu talentos externos que nos munem daquilo que melhor acontece nos país.
Pinturas de Vera Ferro, Pama Loiola, Juliana Florini, Mariana Palma, Tatiana Blass, Eduardo Ferreira e Silvia Mattos; esculturas de Renato Munhoz, Felipe Cohen, Thiago Honório, João Carlos de Souza, Sonia Guggisberg e Fabiano Marques; fotografias de Edouard Fraipont, Del Pillar Salum, Samantha Moreira, Juliana Engler, Maura Bresil, Paulo D´Alessandro, Cláudio Elisabetsky,; instalações de Adriano Carvalho, Ivan Casarini, Marta Strambi, Thiago Bortolozzo, Camille Kachani e Sylvia Furegatti, ; gravuras de Aline van Langendonck, José Roberto Swafaty, Laerte Ramos, Ulysses Bôscolo de Paula, Augusto Sampaio, Marcelo Moscheta e Débora Ando; desenhos de Daniela Maura, Danillo Villa e Adraiana Marin levaram ao MACC mais de 40 mil pessoas nesses últimos anos.
Além de nomes incontestáveis do elenco modernista como José Pancetti e Guignard, que atraíram mais de 10 mil visitantes, o museu depositou grande empenho em mostrar seu próprio acervo.
Foram 8 mostras com o acervo. Acervo de valor ímpar que reúne nomes que transitam entre o desenho moderno de Portinari até as esculturas plásticas de Sérgio Romagnolo. No ano de 2003, até outubro, as exposições de acervo foram visitadas por 9.600 pessoas.
Também neste ano, o MACC criou dois programas: o de monitoria e o de voluntariado. O primeiro reúne quatro monitores que recebem os visitantes agendados ou não, no intuito de apresentar obras e artistas além de esclarecer dúvidas dos freqüentadores. O programa de voluntariado, por sua vez, trouxe ao museu cerca de 58 pessoas que auxiliam os servidores nos programas de Ação Educativa e Conservação de Acervo.
Quando no próximo dia 06 de dezembro o MACC abrir sua nova exposição de acervo (todas as obras que participaram o projeto Diálogos foram doadas ao acervo do museu), o público estará em contato com que obras produzidas por artistas residentes na RMC, o que indica o papel de liderança que o museu tem ocupado na cena da contemporânea em nossa região.
A Estação Cultura e outros equipamentos da Smcet também sediaram exposições de artistas de Campinas. Aliás, este governo tem investido fortemente na contratação de oficineiros e artistas --parte expressiva dos quais de Campinas.
Para concluir, gostaria de dizer o seguinte: é uma honra ser atacado pelo jornal Correio Popular. Afinal, trata-se de um jornal anti-petista, conservador, direitista, reacionário. Ser atacado por gente assim nos dá certeza de que temos lado.
O que chateia é que este ataque seja jornalisticamente tão medíocre. Como pode ser levado a sério um jornal que deixa publicar, na seção dos leitores, uma carta que diz o seguinte: "A Prefeitura tinha que explodir com toda essa turma dentro"???
O principal problema do Correio é que sua auto-imagem não tem nada a ver com sua realidade. A existência de um monopólio no jornalismo impresso da cidade fez do Correio um jornal medíocre. Um jornal que fica irritado quando nos recusamos a fazer o seu jogo, quando nos recusamos a dar entrevistas que serão manipuladas.
Somos servidores públicos e devemos explicações ao público, não a uma empresa privada a serviço de interesses menores.
O Correio Popular, embora se diga um "vigilante fiscal da administração pública e zelador intransigente do direito coletivo", não passa de porta-voz de uma direita rancorosa, que os trabalhadores de Campinas terão que derrotar mais uma vez em 2004.
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